Terena variedade de amora-preta

As plantas da cultivar Terena são de vigor médio, eretas, produtivas, com espinhos nas hastes, mas em menor densidade do que na cultivar Tupy.
A floração total ocorre na segunda quinzena de outubro e o fim da estação é nos últimos dez dias de outubro ou no início de novembro. O amadurecimento dos frutos começa no final de novembro ou no início de dezembro, sendo que a data média de amadurecimento é 26 de novembro, aproximadamente 10 dias após o início da cultivar Tupy. O período de colheita geralmente dura pouco mais de um mês, terminando em meados de janeiro e, esporadicamente, até fevereiro. Os frutos da Terena têm formato longo ou oblongo e, durante o processo de amadurecimento, evoluem de rosa para preto-azulado, com excelente brilho, aparência e firmeza. Os frutos são de tamanho pequeno a médio, com sementes de tamanho médio.
Na região de Pelotas, RS, a cultivar Terena tem boa produção de frutos, mas sua produtividade foi menor quando comparada à cultivar Tupy durante os quatro anos de avaliação na coleção da sede da Embrapa Clima Temperado. A produtividade média da cultivar Terena foi de 1,2 kg por planta, quando plantada sem o uso de espaldeira ou irrigação, e quando as plantas foram mantidas a menos de 1 m de altura. A massa média do fruto foi de 5,5 g, enquanto a do fruto da cultivar Tupy foi de 5,8 g. No entanto, essa diferença é compensada quando se avalia a aptidão para o mercado consumidor de frutas frescas.
Os frutos da cultivar Terena têm sabor doce, com baixa acidez e leve amargor, e uma relação média de mais de 13 para os quatro anos observados, quando medidos em frutos congelados. Na fruta fresca, a Terena apresentou alto teor de sólidos solúveis, boa coloração, acidez e firmeza adequadas, semelhantes às da cultivar Tupy, e alta relação sólidos solúveis/acidez titulável, o que confere a essa fruta um excelente sabor. Na média de 2 anos, o teor de sólidos solúveis da Terena foi de 10,3 °Brix, o da Tupy foi de 8,9 °Brix e o da Cainguá foi de 9,5 °Brix, confirmando a adequação da primeira para consumo in natura.
Com relação à conservação, os frutos dessa cultivar podem ser armazenados por pelo menos 10 dias a 1 °C + 90-95% UR, sem inversão de cor e com boa qualidade, com brilho semelhante ao dos frutos da cultivar Tupy, mas com perda de massa pequena a moderada. Uma porcentagem de menos de 10% dos frutos apresentou vazamento de suco. O fato de não ter havido inversão de cor é extremamente importante, pois a presença desse defeito deprecia consideravelmente o produto do ponto de vista comercial.
A exigência de frio dessa cultivar é semelhante à da cultivar Tupy. Portanto, ela é adequada para o sul e sudeste do Brasil e outras áreas semelhantes.